Ataque à liberdade

É impossível não parar para pensar, se informar e falar sobre o atentado que deixou 12 pessoas mortas nesta quarta-feira, em Paris. Em uma manhã que parecia comum, uma reunião de pauta de uma revista francesa foi interrompida por homens encapuzados que atiraram contra os que estavam reunidos. Morreram alguns dos principais cartunistas do mundo, além de outros que estavam no local e policiais que desempenhavam seu trabalho.

O ataque foi atribuído a terroristas, uma vez que a revista já sofria ameaças, assim como seu responsável, após caricaturas que desagradaram grupos.

Com o ataque, a imprensa do mundo inteiro parou para lamentar a morte dessas pessoas que, antes de qualquer coisa, eram filhos, pais, irmãos. Porém, também parou para lamentar o ataque contra a liberdade de expressão e de imprensa.

Com a frase: “Je suis Charlie”(Eu sou Charlie) muitos jornalistas, no mundo todo, demonstraram seu desapontamento com o ataque. Mas não foi só a imprensa que parou, a população de uma forma geral lamentou essas mortes.

O ato trouxe, mais uma vez, o debate sobre a importância da liberdade da imprensa. É por meio de uma imprensa livre que a população tem acesso ao que ocorre ao seu redor. É por meio das páginas de jornais que ela pode questionar e reclamar daquilo que está errado ou não entende.

Jornalistas e outros membros que compõem a imprensa não são seres superiores. Mas são pessoas que, podendo fazer qualquer outra coisa, escolhem o desafio de levar informação, reflexão e conhecimento a seus leitores. O que será feito com tudo isso? Bem, é opcional. A imprensa informa sobre a história, mas não interfere nela.

Era nisso, provavelmente, que aquelas pessoas estavam pensando quando se reuniram na sede daquela revista. Pensando em reflexão, informação e, porque não, em divertir também, quando foram surpreendidos pelo ataque. Que possamos pedir por mais paz em todo mundo e por mais liberdade de expressão que não custe tão caro.