Bala perdida!
Publicado em 11 de agosto de 2017
Onde vamos chegar eu não sei. Certeza só tenho uma. Estamos na direção errada. O emaranhado de situações que comprovam a ‘teoria’ acima não para de crescer, exponencialmente. Posso afirmar que vivemos em tempos de barbárie, se é que um dia o ser humano esteve livre da violência e dos absurdos que ouvimos todo dia. De fato nunca estivemos livres. Aquela frase ‘melhor ouvir que ser surdo’ pode se inverter.
Meus ouvidos andam cansados. Melhor ser surdo do que ouvir, por exemplo, que uma criança, um bebê, uma vida, foi ceifada antes mesmo de ver a luz do dia. A bala perdida que atingiu a barriga da grávida e matou o bebê no conforto do útero materno é a gota d’água’, é o símbolo de uma sociedade que chegou ao ápice da falência como organização. Mas isso foi no Rio de Janeiro, e no Rio você sabe né? Sei sim. E sei também do noticiário da nossa região que diariamente vomita sobre nós todo tipo de violência em nossas caras, seja doméstica, no trabalho, no trânsito, nas ruas.
Uma menina de treze anos praticava educação física no pátio do seu colégio acompanhada de vinte e cinco a trinta adolescentes. Quando o tiroteio no entorno da escola começou eles jogavam basquete e voleibol. Na cidade que sediou as últimas olimpíadas, essa adolescente que praticava esporte, foi alvejada por quatro tiros e morreu na frente do professor e alunos. Pois é, aconteceu no Rio também. Então a coisa desandou. Chama o exército! A praia de Copacabana ficou linda com homens extremamente armados circulando pela orla. Que bom, a segurança chegou!
Em terra de cego quem tem um olho é rei. Medidas paliativas sempre foram a ‘bola da vez’ no Brasil. Estanca logo o sangramento, já a ferida…
Nunca resolvemos de fato os problemas. Somos craques em tapar o sol com a peneira. E as vítimas são sempre as mesmas, o povão!
E não é só no Brasil, a barbárie se alastra mundo afora. Quando leio um texto onde o jornalista analisa o que pode acontecer se realmente estourar uma guerra entre E.U.A e Coréia do Norte, fico pasmo com a sensibilidade humana. “As projeções de vítimas no início do combate indicam que poderia haver 64 mil mortos somente no primeiro dia de uma guerra assim”, simples assim, somos formiguinhas.
A violência mata mais de 1,6 milhão de pessoas no mundo a cada ano, segundo um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso quer dizer que uma pessoa morre em algum lugar do mundo a cada minuto. Estamos acertando o alvo errado!