“Dia do cortador de cana” homenageia profissão quase extinta pela mecanização

Vinicius Figueiredo
Especial para a Gazeta

Data é comemorada em 16 de janeiro (Foto: Reprodução Internet)

Dia 16 de janeiro, foi comemorado o Dia do Cortador de Cana. A data foi criada em 17 de agosto de 1984, para oportunizar a valorização e o reconhecimento de uma profissão que existe no Brasil há 500 anos.

O cortador de cana é um personagem muito frequente na história de Iracemápolis. Todos nós conhecemos um. Afinal, foi graças a esse meio de trabalho que a cidade foi fundada no ano de 1954. Mas desde bem antes, quando era distrito de Limeira (SP), o corte de cana já era a principal fonte de renda da população.

Hoje a Usina Iracema não utiliza mais a mão-de-obra dos cortadores de cana, tendo sua colheita 100% mecanizada, mas o que não faltam são histórias.

Reinaldo Figueiredo, 73, trabalhou cerca de 40 anos na Usina Iracema. Os seus primeiros anos foram como cortador de cana, ainda na infância. “Desde criança eu já ajudava minha mãe na plantação de cana. Aos 13 comecei a trabalhar pra valer”, conta.

Na época o trabalho infantil não era proibido, e apesar dos perigos e dos acidentes constantes, era comum crianças trabalharem.

Benedicto Bueno de Moraes também foi funcionário da usina por mais de 40 anos e lembra das diculdades enfrentadas na época. “Íamos caminhando até o local, mesmo quando chovia a gente ia a pé, só depois de um tempo a usina disponibilizou caminhão pra levar o pessoal”, lembra.

À Gazeta, a Usina Iracema falou sobre os benefícios da mecanização. “A colheita mecanizada dispensa a queimada da palha da cana, reduz as emissões atmosféricas e os riscos de acidentes e lesões associadas à colheita manual. A mecanização da colheita trouxe o desafio de qualificar os profissionais do corte para operar equipamentos. A São Martinho sempre investiu na formação e capacitação de seus colaboradores e das pessoas nas comunidades onde atua”, informou em nota.

Hoje o cortador de cana já não é mais visto pelas ruas da nossa cidade, mas vale a pena honrar esse trabalhador que ajudou a construir nossa história.