Dois lados de uma decisão


Publicado em 28 de novembro de 2014

Entre os assuntos que mais causaram polêmica nesta semana foi a doação dos bens móveis do Hospital Municipal para a Santa Casa de Limeira. Antes da matéria publicada na última semana, em que está relatada a oficialização da doação, a Gazeta já havia adiantado o assunto, uma vez que a proposta foi aprovada pela Câmara.

O ponto causou polêmica, pois fica, com a doação, oficializado que Iracemápolis não possui um hospital e que a população irá continuar a ir a municípios vizinhos para alguns cuidados médicos mais especializados.

O prédio do hospital começou a ser construído em 1998 e foi inaugurado em 2001. Os equipamentos e salas estão parados há anos e todos os chefes do Executivo que exerceram função desde a sua inauguração relataram que a cidade não possui orçamento para manter um hospital em funcionamento.

Para mantê-lo, serão necessários muitos investimentos como compra de materiais de uso diário e contratação de muitos profissionais. No entanto, sem fazer elogios desnecessários, já que o papel dos administradores públicos é gerir de forma adequada o que é de todos, somente neste ano, foi-se pensado em dar utilidade tanto às salas quanto aos equipamentos.

Do fato da cidade não ter um hospital, nasce a possibilidade de ajudar uma entidade que tem acolhido os iracemapolenses e outros populares de cidades vizinhas para tratamento médico, por meio do SUS, que é a Santa Casa. Por que manter em caixas o que pode ser útil a tantos que precisam?

Porém, a reclamação que muitos estão tendo agora deve servir de exemplo a todos. Se hoje a cidade não tem orçamento para manter um hospital, ela teria para manter um em 1998? Assim, como a construção de um prédio como esse e a compra de tantos materiais foram aprovadas?

Que a população esteja atenta hoje para que casos assim não repitam no futuro. Respostas para essas perguntas não serão mais encontradas, mas é necessário evitar que outras sejam feitas amanhã. Cabe ao Executivo trabalhar dentro do que lhe é possível hoje. Cabe aos vereadores fiscalizar para que não haja desperdício de dinheiro público e cabe a população estar atenta a tudo isso hoje e cobrar para não lamentar depois.

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