Menino homem de Bate-Pau


Publicado em 29 de abril de 2016

Plagiando, homenageando e respondendo ao mesmo tempo, ao meu amigo Rogério Francisco Bosque, sim, eu sou um moleque de Bate-Pau. E sou porque estudei na Escola Estadual ‘Cesarino Borba’ por longos nove anos. Lá, fiz o ‘teste de cooper’ em volta da quadra com o professor Escobar. Ajudei a pintar vasos para a Festa do Caldo de Cana nas aulas de Educação artística da dona Fátima. Tomei sopa da Odila. Morri de medo das provas de matemática da Dona Hedda que chegava na escola com seu Chevette branco (jeans). Lembro-me do ‘Jipão’ exército do professor de história João Renato.

Sou moleque de Bate-Pau porque vi a Banda Musical ‘João Guilherme’ passar e se alojar no coreto de madeira da Praça da Matriz. Eu fui repreendido pelo guarda da praça porque beijava minha namorada no banco que tinha em seu encosto a propaganda do ‘Banco Comind’. Eu brinquei de pique salve na praça e me escondi no teto do ‘banheirão velho’ com a pintura amarela se deteriorando. Eu pulei da alta escada atrás da Paróquia Jesus Crucificado nas touceiras que havia logo abaixo da mesma.

Eu fui no catecismo no Salão Paroquial e joguei bola na quadra daquele local. Na época a bola caia na casa do padre porque a quadra não era coberta. Eu vi a Brasília azul volkswagen do Padre Antônio. Eu sentei a sombra da mureta da ‘Casa da Lavoura’. Eu comi paçoquinha caseira do ‘João véio’. Eu comi hambúrguer do Capim na rua em frente da Igreja. Eu andei na garupa da bicicleta ‘Monareta’ do Pedrão do Noé nessa mesma rua. Eu pedi para o senhor ‘Jorge Lino’ arrumar minha bola de capotão. Eu comprei bala ‘Chita’ para assistir o filme ‘Os Trapalhões na Ilha do Tesouro’ no Cine Iracema.

Eu fui comer pastel com vinagrete na feira na ‘Rua da Feira’. Eu joguei bola na ‘Praça da Bandeira’, no campo do ‘Caui’, no Campo do ‘América’, no Marrafom, e nos campinhos de ‘pó de serra’. Eu fiz ‘guerra de mamonas’ com os meus colegas no meio do mato, onde hoje é o Ginásio de esportes. Eu ouvi o discurso inflamado do Cláudio Cosenza sobre o palanque. Eu ouvi a música de campanha: ‘vote, vote, vote, no Dito Curadô, não vote na Arena, que a Brasa já ganhou’. Eu cortei cabelo no Zé Demarchi e no Tubá. E casei com a filha do segundo. Fui nos bailes de Aleluia e Reveillon no Creci. Dancei quadrilha na Creche Lar Constante Ometto. Comi um Filé Max no trailer do Pigura/Natal (Água na Boca) no Posto Ipiranga quando o chão ainda era de brita. Eu fui nadar no tanque novo quando se levava uma bóia (câmera de pneu de trator) para aumentar a diversão. Eu tomei coca-cola no ‘Ponto Chic’ e cerveja na ‘Pop’s Lanches’. Eu fui vacinado em Iracemápolis. Vi o Bráulio em seu cartório casar e registrar muita gente. Vi o meu amigo Elano jogar na Seleção. Nasci nessas terras e por aqui fiz inúmeros amigos. Cada qual com sua importância, como o ‘Rejão Parmerense’, meu amigo de infância e irmão do Rogério Bosque. Tenho orgulho dessa minha gente. Eternos meninos-homens de Bate-Pau. Parabéns pra ‘nóis’ que ajudamos a construir a nossa pequena grande Iracemápolis!

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