Patroa, mulher solteira e a força feminina que fez o Google mudar


Publicado em 25 de setembro de 2020
Graziela Félix - Jornalista Instagram: @grazifelix

Graziela Félix – Jornalista
Instagram: @grazifelix

Até na semana passada quem pesquisava no Google o significado de mulher solteira encontrava a seguinte resposta: “prostituta, meretriz”. Eu gostaria muito que isso fosse apenas uma brincadeira de mal gosto, mas sinto muito, é real. Eu mesma pesquisei e a polêmica veio à tona depois que a cantora Luiza Sonza se manifestou sobre o assunto.

Na mesma semana outra polêmica envolveu o gigante das pesquisas virtuais. Quem procurava pelo significado de “patroa” encontrava que o nome se referia à mulher do patrão ou dona de casa. Já o termo no masculino, o Google classifica como “proprietário ou chefe de um estabelecimento privado comercial”. Este caso também ganhou destaque no discurso da cantora Anitta, que usou as redes sociais para se manifestar.

Depois do escândalo, o Google se manifestou de forma totalmente equivocada terceirizando a culpa para um parceiro dele, o dicionário Oxford Languages. O posicionamento foi tão ridículo que o caso ganhou ainda mais repercussão. Milhares e milhares de mulheres, celebridades e anônimas, se manifestaram e a força feminina foi tão poderosa que, no dia seguinte, o significado de ambas as palavras foi alterado.

Mas, se foi alterado por que então requentar notícia velha? Vamos analisar rapidamente o que está por trás de toda essa situação. O que o Google mostrava até há bem pouco tempo é o reflexo do machismo estrutural ao qual estamos submetidos.

O significado só estava lá porque a sociedade em algum momento enxergava como tal. E ainda enxerga, infelizmente. Essa profundidade em torno do machismo nos mostra o quanto ainda temos pela frente para lutarmos por uma sociedade mais justa, igualitária e que não te define pelo gênero.

Por outro lado, a união das vozes femininas mais uma vez fez história. Isso comprova, de novo, que juntas somos mais fortes e que o trabalho não pode parar! Machistas, não passarão!

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