Prefeitura deve para 228 fornecedores

Empresas prestaram serviços na gestão de Valmir Almeida e não receberam: montante ultrapassa R$ 8,9 milhões


Publicado em 27 de janeiro de 2017

Com problemas financeiros, a Prefeitura se desdobra para quitar as dívidas que tem com fornecedores. Em janeiro de 2017, a nova administração herdou débitos com 228 deles. São empresas que prestaram serviços para a cidade nos últimos anos, mas não receberam.

Há casos de materiais comprados em dezembro de 2015 com o pagamento ainda em aberto. As despesas estão empilhadas em gavetas de restos a pagar e os exemplos variam, indo de serviços de gráfica aos da área de saúde, publicidade e obras.

Para citar alguns: a empresa Auto Viação Fedato tem R$ 105 mil a receber; a Auto Elétrica Bertagna tem R$ 25 mil; a Mecânica Antonio Sérgio Cardozo tem R$ 50 mil em aberto; a Viação Iracemapolense tem R$ 35 mil. A Prefeitura deve R$ 54 mil para os Correios, R$ 20 mil para a Santa Casa de Limeira e R$ 81 mil de telefone para a Vivo. Para a Mapfre Seguros, são quase R$ 25 mil. Para a padaria Delícias Gomes, outros R$ 22 mil. A Brinquedoteca Reino Encantado também precisa receber: são mais de R$ 32 mil. A Prefeitura também deve para posto de gasolina (R$ 44 mil), para drogaria (R$ 91 mil) e para a editora Positivo, que entrega livros para o setor de Educação (R$ 70 mil), entre outros exemplos.

A lista completa de fornecedores para quem a Prefeitura deve está disponibilizada no Portal da Transparência do município (http://www.iracemapolis.sp.gov.br/).

Com a soma dos 228 fornecedores, a dívida na modalidade “restos a pagar” é oficialmente de R$ 8.965.997,70.

Esse montante, contudo, não é o único que a Prefeitura precisa quitar. O setor de Finanças informou que ainda falta contabilizar horas extras retroativas de funcionários municipais do ano de 2016. Além disso, existe a chamada “dívida fundada”, que são aquelas já parceladas a longo prazo, como FGTS, INSS, Elektro, CETESB (multa) e PASEP. Essa é ainda mais pesada. Porém, por ser mais complexa, a Prefeitura informou que irá divulgar os valores apenas quando concluir um processo de auditoria interna.

Bens públicos

Além das finanças, o estado do patrimônio da Prefeitura também preocupa. Muitos prédios precisam de reformas urgentes, pois estão com infiltrações, trincas, calhas entupidas e problemas no telhado causados pela falta de manutenção periódica.

O Centro de Lazer tem bancos quebrados, alambrados danificados, muros caindo e infiltrações nos dois salões. A lagoa dos patos está assoreada e a pista de skate, que foi demolida para reforma, está com a obra parada.

A Prefeitura calcula que a reforma completa do local vai custar R$ 1 milhão, mas, por ora, não há dinheiro. Existe um convênio de R$ 245 mil para a troca dos alambrados, mas, como Iracemápolis está sem CND, certidão que representa o “nome limpo” do município, o valor está retido e não é possível fazer uso dele.

Por enquanto, a Prefeitura trabalha no reparo de pontos mais críticos, enquanto elabora o projeto para uma revitalização mais completa.

Ex-prefeito

Procurado pela Gazeta, o ex-prefeito Valmir Almeida atribuiu a situação à crise financeira pela qual o país passou recentemente.

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