Quem está ouvindo?


Publicado em 27 de fevereiro de 2015

Nesta semana, caminhoneiros realizam mais um dia de protestos com bloqueios em rodovias em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Em Goiás, a manifestação foi encerrada na noite de segunda-feira. Os atos são motivados, principalmente, pelo alto preço dos combustíveis e valores dos fretes.

Durante a madrugada de terça-feira, por volta da meia-noite, a categoria iniciou um protesto em São Paulo. Os caminhões ocuparam as faixas do sentido da capital paulista da Rodovia Presidente Dutra, na altura do km 210,5.

Os caminhoneiros que decidiram parar estão levando a mensagem que é de todos os brasileiros que não suportam mais ouvir sobre tantos aumentos e novos encargos. Como se o brasileiro não fosse um dos povos que mais pagam impostos no mundo.

No entanto, mesmo em face de protestos, notícias de aumentos e revolta sentida em cada esquina, a sensação que fica é que ninguém está disposto a ouvir o que a população diz. Talvez, os representantes, eleitos pelo povo, estejam ocupados demais em suas salas com ar-condicionado, pensando em criar novas tarifas, para parar e ouvir aqueles que o elegeram. Aqueles que deram a ele o direito de sentar na cadeira de “autoridade”.

Pode parecer uma reflexão simplista demais, sem grandes análises econômicas ou políticas. No entanto, é preciso ouvir o povo muito mais do que a especialistas. E qual dona de casa que está satisfeita com os preços que está encontrando no supermercado? Qual o pai que está contente com a saúde pública ou com o que é cobrado pelos planos de saúde? Quem está feliz em abastecer seu carro, sempre a um preço novo?

Quem quer pagar ainda mais caro pela luz? O fato é que não se ouve mais o povo como em épocas de campanha. Mas é preciso lembrar, épocas de campanha sempre voltam. É preciso lembrar esse povo que é preciso cautela. Não interessa o que um político diz em tempo de campanha eleitoral. Importa mais o que ele diz depois de eleito. Correto?

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