Você já foi vítima dos padrões de beleza?


Publicado em 10 de março de 2021
Graziela Félix - Jornalista Instagram: @grazifelix

Graziela Félix – Jornalista
Instagram: @grazifelix

Talvez você não tenha percebido, mas certamente já foi vítima e sofreu com os padrões de beleza impostos pela mídia e sociedade. A mulher não pode ser gorda, tem que estar depilada, se tiver cabelo crespo pode perder vaga de emprego e ser confundida com empregada doméstica, deve ter seios arredondados, não pode ter barriga, deve ter disposição sexual e falar com voz mansa. Se tiver voz firme será considerada estressada e mal amada. 

Nossa, só de escrever essa quantidade de modelos tidos como “ideais” impostos pela mídia e pela sociedade patriarcal na qual estamos inseridas me revira o estômago. A ditadura da beleza faz com que a gente sempre se sinta excluída porque aquilo que a gente vê na mídia e nas redes sociais não é real e não nos representa.

 

Quantas e quanta vezes fomos diminuídas porque não enquadramos nesse padrão? Quantas e quantas vezes choramos com uma amiga ou escondida no banheiro porque não gostamos da imagem que vemos no espelho? E não gostamos por quê? Porque medimos pela régua imposta pelo patriarcado e pela indústria publicitária. 

Essa crueldade que vivemos reflete no número de cirurgias plásticas que ocorrem no nosso país. O Brasil ocupa, assustadoramente, a primeira posição no ranking de países que mais realiza cirurgia plástica no mundo. Os dados são de uma pesquisa divulgada pela ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética) que mostram que, no ano de 2018, o Brasil registrou a realização de mais de 1 milhão de cirurgias plásticas, além de 969 mil procedimentos estéticos não cirúrgicos. Silicone e a lipoaspiração são os procedimentos mais procurados. 

Resgatar a nossa autoestima e ter amor pelo nosso corpo é um processo doloroso. Precisamos mergulhar em traumas que talvez a gente até já tenha esquecido racionalmente, mas eles teimam em nos assombrar porque estão escondidos no nosso subconsciente. E vão ficar lá até que a gente tenha coragem de olhar pra eles com carinho e consiga curá-los. 

O bom é que quando conseguimos essa cura é libertador. Você respira aliviada porque entende que os padrões que colocaram em cima de você é expectativa do outro e não sua. E, como tal, você está livre pra fazer suas escolhas independente do seu peso, do formato do seu corpo ou da espessura do seu cabelo. 

Imagina olhar no espelho e sentir amor pelo o que vê? É possível. Só precisa de coragem. Eu te ajudo e você me ajuda. Vamos?

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