Iracemápolis: 129 anos de fundação e 66 de emancipação


Publicado em 1 de maio de 2020
Área central nos primórdios da cidade (Foto: Arquivo Pessoal)

Área central nos primórdios da cidade (Foto: Arquivo Pessoal)

Município hoje, próximo de chegar a 25 mil habitantes (Foto: Divulgação)

Município hoje, próximo de chegar a 25 mil habitantes (Foto: Divulgação)

Iracemápolis vai completar 129 anos de fundação e 66 de emancipação no próximo dia 3 de maio (domingo).

Com base no livro “Fatos e Retratos”, do professor José Zanardo, a Gazeta traz aqui um resumo da formação da “cidade lábios de mel”. Confira!

INÍCIO

O que distinguia “Santa Cruz da Boa Vista” dos bairros da época era o estilo festivo de seus poucos moradores. No final do século 19, quando não abrigava mais que 200 habitantes, apesar do nome oficial, era conhecido por “Bate Pau”, o que tem a ver com uma dança tradicional de escravos que se alojavam nos arredores do Morro Azul.

Era um lugarejo tranquilo e de poucas casas. A década de 1910 ficou marcada por fatos que seriam o alicerce do progresso que chegaria. Em 1912, instalou-se a primeira escola primária, na Praça João Pessoa, com a chegada da primeira professora: Constantina Vaz.

Por volta de 1915, chegou a família Simões, vinda de Limeira. Logo depois, o Capitão Paulo Simões inaugurou a primeira farmácia. Em sua casa, Dona Auta de Oliveira, sua esposa, costumava coar café e receber professores que vinham de fora, de trole, bem como políticos e amigos que procuravam a família.

Seu Barretinho e Sinhá Silveira foram donos do primeiro telefone da vila (em 1911) e de uma grande casa onde instalaram, em 1916, o primeiro armazém de secos e molhados.

A família Ometto chegou em 1918, quando comprou a Fazenda Aparecida. Os responsáveis por ela eram João, Constante e José Ometto. A cana de açúcar foi o grande alicerce econômico. Com os Omettos, veio a energia elétrica. Até então, a iluminação era feita por lampiões.

A população foi crescendo e, em 1923, o governador de São Paulo, Washington Luís, elevou o povoado à categoria de Distrito de Paz, por meio da Lei nº 1931, de 29 de outubro. O Distrito, pertencente a Limeira, passou a se chamar Iracemápolis, uma homenagem ao coronel José Levy, proprietário da Fazenda Iracema, em cujas terras nasceu a vila.

EXPLICANDO O NOME

“Iracema” vem da língua indígena e quer dizer “lábios de mel”. “Polis” é de origem grega e significa “cidade”. Portanto, Iracemápolis é a “cidade lábios de mel”.

Seu habitante ficou conhecido erroneamente como iracemapolense. O correto, de acordo com as normas da língua, seria iracemapolitano.

CRESCIMENTO

O Cartório de Registros foi aberto em 1924. O primeiro registro ocorreu em 6 de agosto daquele ano, com o nascimento de Humberto Ferreira, filho de Luiz Ferreira e Maria de Castro.

O primeiro casamento realizado foi o de Joaquina de Godoy Castro (Dona Quininha) com o jovem Eunice de Azevedo, em 27 de setembro de 1924.

Em 1930, o Sr. Gaudino Gonçalves de Lima fez uma reivindicação de reserva de terras para sepultamento de mortos, pois até então eram conduzidos em carroças para Limeira e Piracicaba. Em um terreno de 620 m², doado pelo Coronel José Levy, o Cemitério Municipal foi inaugurado naquele ano.

Em 1936, abre-se a primeira padaria, a “São José”. Logo depois, Antônio Guarino abriu uma loja de roupas, a “Porta Larga”. E veio o primeiro cinema, o “São José”.

COSTUMES

O Distrito não possuía mais do que 15 casas nos arredores da Praça. A Fazenda Iracema e o bairro da Cachoeira eram os grandes contingentes populacionais, de povo simples e trabalhador. Era comum as moças contornarem diversas vezes a Praça para cortejarem os rapazes. Mas, namoro mesmo, só na frente dos pais!

No clubinho do Seu Joaquim Nolasco, os bailinhos eram animados. Missa só havia no primeiro domingo do mês até a criação da Paróquia de Jesus Crucificado, em 1936. Em frente à Capela, havia um terreno cheio de mato. Só em dia de festa é que se fazia o roçado.

No único estádio de futebol, aos domingos, aconteciam partidas, prestigiadas também pela torcida feminina.

Como não havia água canalizada, muitas mulheres iam ao Ribeirão Cachoeirinha lavar roupa. Afinal, a terra vermelha produzia, mas também dava trabalho.

PROGRESSO

Em 1937, Constante, Pedro, João, Luiz e Antônio Ometto fundam a Companhia Industrial e Agrícola Ometto, com o objetivo de instalar uma destilaria de álcool na recém-adquirida Fazenda Iracema.

No mesmo ano, é criado o curso de alfabetização de adultos. O primeiro professor foi o Sr. José Chinellato, que viria a ser, anos mais tarde, o primeiro prefeito de Iracemápolis.

1944 foi um marco na educação. Foi inaugurado o Grupo Escolar de Vila Iracemápolis, que mais tarde passou a denominar-se Grupo Escolar “Antônio Cândido de Camargo”. Fortalecia-se o comércio e o bairro já pretendia ser cidade.

Em fins dos anos 40, é aberta a Cooperativa Popular de Consumo, que por mais de 30 anos foi o maior armazém utilizado pelo povo.

No início dos anos 50, toda área ocupada hoje pelo Centro era formada por chácaras e sítios, que eram a sobrevivência das famílias.

ENFIM, IRACEMÁPOLIS!

Muitos moradores batalharam pela emancipação do Distrito, mas não há dúvida de que Paulo Apparecido Simões foi de enorme importância. Na época, Paulo era vereador em Limeira e encaminhou uma moção requerendo a independência de Iracemápolis, o que veio a ser sua “certidão de nascimento”.

Com a emancipação, a cidade passou a ter vida própria e seus próprios prefeitos. De acordo com o que dispõe a lei nº 2.456, de 31 de dezembro de 1953, foi instalado no dia 1º de janeiro um novo município no Estado de São Paulo: Iracemápolis!

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