SAE alerta: se consumo não for reduzido, faltará água em toda a cidade


Publicado em 18 de setembro de 2020

O SAE (Serviço de Água e Esgoto) de Iracemápolis fez nesta semana um comunicado à população alertando que, se o consumo não for reduzido, faltará água em toda cidade.

O fato independe da situação das represas. Neste momento, os três reservatórios da cidade (Municipal, Iracema e Boa Vista) estão com bom nível de capacidade, cerca de 70%, em média, mas esse dado não reflete na distribuição do líquido.

“O que precisa ficar claro é que não basta ter água nas represas. É preciso retirá-la dos reservatórios, tratar o líquido na Estação de Tratamento e distribui-lo para cerca de 10 mil imóveis. E a capacidade que a ETA tem de realizar esse procedimento é esgotada”, informa o diretor do SAE, Beranilso Dias Fraga (Berinha).

De acordo com ele, o consumo de água tem aumentado bastante em Iracemápolis. “Até o ano passado, em média, eram tratados 6 milhões de litros de água por dia. Neste mês de setembro, estamos tratando, em média, 7,6 milhões de litros por dia”.

Por esse motivo, a Prefeitura orienta que a população adote medidas de economia. “Em pleno 2020, não dá mais para admitir que se use água tratada para lavar calçada. É água potável, não pode ser desperdiçada”, frisa o diretor.

CORRIGINDO PROBLEMAS

Desde 2017, a Prefeitura tem adotado diversas medidas para amenizar a situação do saneamento da cidade que, como é de conhecimento público, requer investimentos de grande porte. Profissionais da área falam em R$ 20 milhões apenas de início.

Como não há dinheiro em caixa, a solução foi adotar medidas mais urgentes. Uma delas foi a escavação da Represa Iracema para ampliar sua capacidade de armazenamento. O trabalho foi importante para enfrentar períodos de estiagem, quando é comum baixar o nível do reservatório.

Com a falta de chuva na época, a represa ficou vazia. Foi o momento certo de escavar, retirar a terra que havia acumulado ao longo dos anos e ampliar o espaço de estoque de água. Na época, o trabalho de escavação foi assunto de grande destaque. Os serviços foram mostrados pelo Jornal Nacional, da Globo, em matéria sobre o abastecimento de água na região.

Com isso, a falta de água deixou de ser um problema nas represas, mas, conforme vem sendo alertado, não basta ter água nas represas se não conseguir tratá-la.

Diante da situação, a Prefeitura tentou diálogo para abordar a concessão do serviço de água e esgoto a uma empresa especializada – na época, a Sabesp. Mas o assunto ficou paralisado na Câmara Municipal.

Sem solução mais concreta, Berinha reforça a importância de economizar o líquido e relembra algumas medidas que podem ser adotadas. “Principalmente agora, na época mais quente do ano, é preciso reduzir tempo no banho, jamais lavar calçada ou carro com água tratada, consertar vazamentos, usar a descarga com consciência e lavar roupa com menos frequência, entre outras medidas”.

“Não é fácil mudar os hábitos, mas, na situação em que estamos, precisamos ser o mais claro possível com esta informação: se o consumo não for reduzido, se a água não for utilizada com consciência, faltará em toda a cidade num futuro próximo”, conclui.

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