Chorar com os que choram


Publicado em 17 de junho de 2017

Não há nada mais difícil na vida do que perder quem se ama. Essa semana nossa cidade perdeu dois cidadãos de maneira brutal e trágica. Muito triste para os familiares que ficam sem chão diante do inesperado da morte. Essa semana também faz dois anos que meu pai partiu. Ele tinha 87 anos. Marcelino tinha me parece 47 e Rickelme 11 ou 12…

Hoje vou usar esses tristes fatos para falar sobre o luto.

O luto não é diferente para ninguém. Não importa se quem morreu é criança, jovem ou idoso. A dor é igual para todos e talvez o que falte para muitas pessoas é entender e saber acolher o enlutado.

É muito reconfortante ver no velório e no enterro pessoas preocupadas com quem está sofrendo. É muito bom receber os abraços, ver o quanto nosso ente querido era amado. Mas depois todo mundo vai embora…uma nova batalha, depois do choque da perda é chegar em casa e ver que aquela pessoa querida não estará mais lá. É terrível ter que mexer nas coisas que ficaram, as roupas, as fotos, o cheiro e é nesse momento que são fortalecidas as amizades ou que são descobertos novos laços. Nos dias seguintes, você vê quem são as pessoas que se importam com você e com sua dor.

São aquelas pessoas que ficam ao seu lado e choram com você, não falam nada, apenas compartilham de sua dor. São as pessoas que não podem estar perto, mas que te ligam preocupadas, oferecendo um colo ou que te mandam mensagens quase que diárias pra te alegrar. A gente descobre novos amigos, se separa de alguns que se diziam amigos e vai se reconstruindo num processo longo, doloroso e que talvez dure o resto de nossas vidas.

É importante deixar o enlutado chorar. Muita gente evita até tocar no assunto e se a gente começa a falar de quem se foi,algumas pessoas cortam achando que não é bom ficar lembrando. Atitude errada, porque é preciso chorar sim, e muito mesmo, é preciso falar sim, e muito, e é preciso que pessoas compadecidas e amorosas estejam ao nosso redor para nos abraçar.

Tem gente que corre do assunto morte perto de alguém enlutado pensando que nunca vai passar por isso. Infelizmente amigos, todos vão passar, então, um recado que quero deixar nessa semana tão triste é que procurem entender os enlutados, procurem abraça-los e estar ao lado deles mesmo que seja para não falar nada. Não sabe o que falar? Fique quieto, chore junto, mas esteja lá nos dias subsequentes, nos meses seguintes, nos anos porvir. Aos amigos e conhecidos das famílias enlutadas desses dias, estejam lá. Apenas estejam.

Meus sentimentos à família do Marcelino e do Rickelme, não digo que será fácil, a dor vai mudar de forma, mas ela vai ficar. A saudade vai surgir, mas a fé nos faz prosseguir

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