Dois chapéus no JOFE


Publicado em 6 de março de 2015

Nos anos 90, os Jogos de Férias do CRECI eram muito badalados. Eram assunto em qualquer parte de Iracemápolis. Muita gente descia para ver as partidas, sempre bem disputadas e decididas por placares apertados. Famílias inteiras se reuniam ao redor da quadra para ver os craques da época.

Havia grandes times e até certa rivalidade entre eles. Do tempo em que eu ia com frequência, os melhores eram Fazendão, Espaço Vídeo, Bosqueiro e Padaria Pão Nosso. E cada um deles tinha excelentes jogadores: Geninho, Emerson Manfredi, Celinho, Jabá, Andrezinho, Wagninho Aiello, Bigode e tantos outros.

Nesse tempo, Elano Blumer era adolescente e jogou o torneio nas categorias de base. E dessa época, lembro de uma jogada feita por ele que vale o registro. Certa altura do jogo, ele recebeu um passe na entrada da área, pôs o pé por baixo da bola e a levantou à altura dos joelhos. O atleta adversário apressou-se em marcá-lo e acabou levando um chapéu desconcertante. Sem deixar a bola cair, Elano deu outro chapéu, dessa vez em direção contrária ao primeiro, antes de chutar para o gol. Coisa de craque: dois chapéus no mesmo marcador e sem deixar a bola cair!

Na arquibancada, dois senhores deram uma sonora gargalhada: acho que se lembraram dos anos 60, quando jogadas como essa, e outras originárias do salão, eram comuns nos estádios. Torcedores de Santos, Flamengo, Grêmio, Shakhtar Donetsk ou Manchester City jamais viram esse lance. Que eu saiba, não há registros, um vídeo sequer, qualquer foto a respeito. Apenas as pessoas que estavam lá tiveram esse privilégio.

Para minha sorte, se nenhuma câmera registrou, a memória está intacta.

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