O consumo sustentável (Parte 1)


Publicado em 22 de agosto de 2014

A criação da sociedade de consumo trouxe vários benefícios à humanidade.

Talvez o principal deles seja o fato de que nunca se viveu tanto. Do início do auge da sociedade de consumo (em meados da década de 1960) até 2005, a expectiva de vida da população mundial, em média, subiu de 56 para 65 anos. Nas regiões mais desenvolvidas, tal expectativa subiu de 71 para 76 anos.

Além disso, as situações relacionadas à saúde, abastecimento, moradia, nutrição, saneamento, transporte, dentre outras, apontam para uma melhoria geral da qualidade de vida da população. Nunca as pessoas tiveram condições tão plenas para o desenvolvimento de seu potencial.

A questão que se coloca é se existem condições materiais no planeta para sustentar de forma digna uma quantidade tão grande de pessoas.

Nunca tantas pessoas tiveram amplo acesso a bens de consumo de modo a facilitar seu dia a dia. De fato, os benefícios do consumo se expandiram. A busca pela comodidade passou a ser uma das principais aspirações da sociedade, o que é um desejo legítimo.

Ao refletir sobre essa questão, deve-se ponderar que esse suposto mundo de maravilhas também apresenta seu lado obscuro e perigoso:

As desigualdades entre ricos e pobres só se ampliaram;

O individualismo egoísta invadiu a alma das pessoas, colocando uma névoa nas discussões sobre uma solidariedade global;

O risco de destruição do planeta atingiu uma escala impensável.

O consumo de hoje está a minar a base dos recursos ambientais. Ele está exacerbando desigualdades. E a dinâmica da conexão consumo-pobreza-desigualdade-meio ambiente está se acelerando, vive-se em uma época na qual o elo entre desenvolvimento humano e consumo se rompeu.

Utilização irresponsável dos recursos naturais, mudanças climáticas globais, concentração de renda em pequena parte da população, poluição, destruição das florestas, utilização da tecnologia para aumentar os lucros de uma produção insustentável, tudo isso demonstra o esgotamento do atual modelo de produção e consumo.

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