O minuto é agora


Publicado em 18 de dezembro de 2015

Dia após dia, escrevemos o livro de nossa vida conforme vamos fazendo escolhas. E sequer há como tomar a decisão de “não decidir”, já que isso nos obrigaria a ficar inerte, o que não deixa de ser uma opção. Isso significa, entre outras coisas, que nossas escolhas definem o que somos, o que fazemos, com quem convivemos e, dessa forma, como nossa vida é ou deixou de ser.

Essa reflexão não é inédita e agora mesmo deve ter alguém dentro de seu quarto pensando em algo parecido. Em coisas que poderiam ter sido feitas e não foram, em como seriam os dias se as escolhas tivessem sido outras. Não há como pegar uma borracha e apagar as decisões, como se faz com uma resposta ruim na prova da escola. É por isso que, das diferentes formas de saudade, a que temos de coisas que não aconteceram é a mais instigante. Saudade de um abraço não recebido, que ficou para outro dia, de um encontro desmarcado ou de um filme não visto.

Porém, se isso torna alguns momentos mais difíceis, ao mesmo tempo dá a cada instante um motivo a mais para valorizar o que temos e o que fazemos. Afinal, se não for hoje, quando se tornará real aquilo que a gente deseja?

A ideia é que, se tudo acaba na vida, inclusive a própria vida, parece injusto não provar das coisas. Sei que há sons bonitos que jamais ouvi e queria conhecê-los. Uma música belíssima que desconheço. Algum mistério que minha cultura não tem noção da importância ou sabor. Assim, a cada virada de ano, vale a pena pensar de que forma correr atrás de coisas novas, de novas cores.

Tudo é possível? Não se sabe, mas esta é justamente a graça de tudo: não saber como será o minuto seguinte.

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