URV (ou 2.750 cruzeiros reais)


Publicado em 30 de outubro de 2015

Em 1994, a economia brasileira estava um caos. Esses dias, pesquisando sobre o assunto, fiquei pensando em como foi difícil viver aquele tempo. Na época eu era bem garoto e lembro vagamente de ter usado a URV, aquela tabela que convertia cruzeiros reais em “unidade real de valor”. Uma URV chegou a valer 2.750 cruzeiros. Lembra?

O presidente era Itamar Franco, que tinha assumido após a renúncia de Fernando Collor, e a inflação anual batia incríveis 1.119%! O fato de não se prever o preço das coisas comprometia tudo. Ninguém sabia quanto gastaria no mercado no mês seguinte, quanto custaria um eletrodoméstico ou um veículo. Qualquer planejamento era inviável: tudo mudava de preço todo dia.

Anos antes, o governo lançou vários planos econômicos para tentar resolver. Fora o troca-troca de moeda: sai o cruzeiro, entra o cruzado, depois o cruzado novo, aí volta o cruzeiro. O Plano Collor, então, nem se fala. Para complicar de vez, foi confiscada a poupança de todo mundo. Ninguém podia tirar ou movimentar dinheiro! Daí veio a crise política e o pedido de impeachment do presidente.

Tudo parecia não ter solução quando, enfim, veio o Real. Em 1/7/94, ao ser implantado, a inflação caiu para 2,9% ao mês. Ir às compras e encontrar algo custando R$ 1 era até estranho para quem era acostumado a muitos zeros. Com isso, a moeda entrou para a história como aquela que, após tantos fracassos, acabou com a alta inflação que segurava o país.

Hoje, 20 anos depois, o Real resiste. O país ainda tem problemas graves, mas estamos longe daquele caos.

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