MMA Eleitoral


Publicado em 10 de outubro de 2014

Ai meu Deus, lá vêm eles de novo! Lá vêm eles de novo! Leitores (as) só falta o octógono! Vivemos numa democracia. Infelizmente muitos cidadãos, quando envolvidos pelo clima eleitoral, não têm vergonha de se expor nas redes sociais.

Demonstram na internet a própria incapacidade de viver em democracia. São intolerantes bradando a céu aberto.

As sociedades democráticas estão empenhadas nos valores da tolerância, da cooperação e do compromisso. As democracias reconhecem que chegar a um consenso requer compromisso e que isto nem sempre é realizável. Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a intolerância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro espírito democrático”.

O que vemos nas redes sociais, onde o facebook é o seu maior mentor, é uma verdadeira batalha sangrenta de defesa de um ou de outro partido político. As divergências são naturais e fazem parte do ambiente político. O que prova a dificuldade de certas pessoas em aceitar a diferença de pensamento é o teor dos diálogos, se é que podemos chamar a isso diálogo? Utilizam-se para agredir, entre si, palavras de baixíssimo calão, adjetivam horrivelmente pessoas e candidatos. A grosseria corre solta e não há um mínimo de respeito pela divergência. Cada qual se acha o dono da verdade absoluta. O fanatismo, em qualquer circunstância é péssimo. O fundamentalismo pior. Essas pessoas parecem mais torcedores fanáticos de times de futebol e estão na iminência de se gladiar nas ruas como se fazia há algum tempo, demonstrando o lado mais animal do “dito” “racional ser humano”.

O mais triste é perceber que a grande maioria dos que partem para este tipo de agressão, não sabem o mínimo do plano de governo que defendem. Nunca leram mais que três linhas dos projetos do seu candidato. Seria mais sadia uma discussão no campo das ideias, das propostas que cada um tem para os problemas sociais. Isso é o que realmente importa. Nesse meio, obviamente estão diversas pessoas que defendem partidos por interesses estritamente próprios. Como então nos transformarmos numa sociedade mais justa quando a violência, seja ela verbal ou física, dá o tom da conversa?

Xingamentos, ofensas, agressões, injúrias, insultos. O importante é fazer o mal a outrem, magoar, ferir. Essa é a pauta diária desses péssimos exemplos de cidadãos. Amanhã, muito provavelmente, estarão rezando juntos dentro da mesma igreja. Para esses deixo palavras de Nelson Mandela, talvez o ser humano que mais soube fazer uso prático do significado da democracia:

“Durante a minha vida, me dediquei à luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca, e lutei contra a dominação negra.

Eu defendi o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e conseguir realizar. Mas, se preciso for, é um ideal para o qual estou disposto a morrer.”

Nelson Mandela, na abertura de sua declaração de defesa no Julgamento de Rivonia, em Pretória, em 20 de abril de 1964.

Obs: para os panfletos políticos no entorno das escolas no primeiro turno das eleições, que causaram a sujeira e inclusive acidente com uma idosa, a palavra é única: vergonha!

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